sexta-feira, 10 de julho de 2009

À Minha Maneira

Longe vão os tempos do Néné, do Chalana e mesmo do Eusébio, jogadores de futebol que trabalhavam a vida inteira para a elevação da cor da camisola do nosso clube. Eram jogadores que viviam o clube, que se nutriam da paixão e do calor dos adeptos do glorioso; mantinha-se grandes, mas pequenos na imensidão do mundo.

Em sentido inverso, os americanos, sempre tiveram uma necessidade maníaca de criar heróis e ídolos. Faz parte da sua cultura e da sua religião pluralista. A diversidade de um povo, como o Americano, tem a necessidade de encontrar pontos comuns, factores congregantes que sirvam de fulcro de união e elemento de identificação da pátria, para que possam projectar as suas ideias no mundo de forma hegemónica e pregadora. Daí a necessidade de inventar o Super Homem, o Rambo ou o Nemo, criar mitos como o General Houston, Washignton, Norman Jeane, James Dean e Kennedy.

Este conceito de criação de herói (factor congregante), nunca foi muito evidente na Europa. Cada país sempre teve os seus heróis e mitos, mas nunca de sobremaneira elevados a Deuses como os heróis Americanos. Nem tão publicitados!

Porém, a Europa já não é um conjunto de países mas uma mistura de povos que lentamente se vão misturando e criando uma diversidade que tem igualmente necessidade de criar factores de identificação e de união. À semelhança da América, a Europa começa a sentir a necessidade de criar ídolos comuns - heróis que possam acatar com as inseguranças comuns de um povo, que possam escutar a sua voz e que os possam representar e projectar no mundo.

A evidência deste movimento é bem patente no nosso Ronaldo (CR9) - nosso CR9, que já não é português, mas porque é Europeu. Herói Europeu que leva ao delírio 95 mil pessoas, 2000 jornalistas só para o verem durante 10 minuto a dar uns toques na bola. Nem nunca o Michael Jackson, recente herói Americano, teve tamanha audiência.

É agora a oportunidade de um povo de chamar o mundo e projectar os seus valores num puto que joga à bola.

E que bem esteve o CR9! Que grande jogador de futebol, que rejeitou o americanismo Americano do My Way, e respondeu com À Minha Maneira - para escutar e chorar por mais (http://www.youtube.com/watch?v=DDwJKteKRbo)

Longe vão os tempos dos jogadores de Portugal; hoje imperam os jogadores do Mundo! É a Globalização.

Uma Strela ao CR9 e À Minha Maneira.

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